terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A telha

Há muito , muito tempo apareci eu . Era uma telha , estava exposta numa loja de obras onde ia muita gente.

 Havia muitas sacas, numas estava algumas pessoas da minha família e noutras  os meus amigos. Estávamos quase todos divididos. Primeiro foi a minha tia e o meu pai depois a minha mãe e a minha prima só faltava eu e as minhas amigas.

 De repente agarraram-me,  entrei numa carrinha e quando começamos a andar até enjoei, parecia que ia para onde judas perdeu as botas…

 Eu estava na obra de uma escola.

 A escola era grande, mas imaginem quem vi lá a minha tia e o meu pai , ficámos todos juntos.

Quando a escola começou estava bom tempo, estava calor e uma brisa ao mesmo tempo.

 Até que chegou o inverno e começou a ficar frio, chegou a chuva torrencial  e gelada, chegou a neve e a geada. Congelei … Voltou a primavera e o tempo melhorou.

 Mas…o verão era quente ,queimava , bronzeava e escaldava.

 Sem duvida gostava mais da primavera e do outono eram melhores para mim.

Houve um dia que estava muito vento e como podem adivinhar eu fui pelos ares.

Lá estava eu toda partidinha no chão ,apanharam-me e fui para o lixo.

Reciclaram-me  e transformei-me num vaso.

Se querem saber o que me aconteceu fiquem da espera da próxima história.

Maria, 6ºC

O Menino Skater

A minha história de há muito tempo vou contar agora como foi. Eu estava exposto numa loja de skates, mas nem eu sabia o que ali estava a fazer e nem sabia o nome da loja. Estava cheio de pó e era um skate rápido, bonito e caro. Esse era o problema pelo qual não me compravam. Mas, de repente, entra um menino chamado Nyjah Huston que tinha o cabelo cheio de rastas e era pequeno: devia ter uns 15 anos. Veio buscar-me. Eu era um skate da marca element, ele era patrocinado pela element e por isso não pagou nada por mim. Logo que cheguei a casa dele vi um mercedes amg branco com jantes pretas, mas dentro da casa dele havia uma fila de tabuas da element pregadas à parede da sala e uma fila de caps, da marca Diamond. Apaixonei logo pelo quarto dele que era composto por uma casa de banho com um jacúzi, uma mini cozinha, um salão de jogos e de massagens e uma cama com desenhos de skates. Levou me e mostrou-me aos amigos. Eu tinha um sonho, era ver o Bam margera e nesse momento vi-o num skate parque ele falou ao Nyjah Huston. Gostei muito de vos contar a minha história.

Manuel, 6ºC

Continuação

Vou continuar a história da minha vida. Fui reciclado e transformado numa mesa de escritório. Fui coberto por um líquido e quente que depois se tornou duro. Fui para uma montra... chegou-se a noite e não foi que acordei com um: pip-pip-pip-pip-pip muito alto e... trrrsss um vidro a partir e a seguir bummmmmmm arrebentou com tudo, já parecia o terramoto de 1755. A loja foi à falência, eu e os meus amigos estávamos “desfeitos”, agora como íamos a ser comprados, até que um dia muito estranho (estranho como, parecia que aquele dia ia a ser diferente dos outros). A loja vandalizada foi comprada por um senhor muito rico e fui levado para sua casa. Ao outro dia era véspera de Natal estava tudo enfeitado, e, começaram a vir os convidados, ao todo eram para ai uns duzentos, trezentas pessoas. Eu estava a um canto, mas não era um canto qualquer, eu conseguia ver toda a gente, as que entravam e as que saiam. Acabou-se a festa e os convidados foram-se embora e eu fui dormir. Acordei com o barulho que parecia vir de outro mundo, eram os meus novos brinquedos, pois que ele só tinha brinquedos no 3ª andar e não 2ª, onde eu estou. Conheci quatro amigos: o Ruca o peluche, o Slasor o carro de corridas, a Doli a ovelha e um cão não tinha nome. Foi uma pena, ele tinha de levar os brinquedos para o sótão, eles arranjaram uma maneira para eu ir com eles e fui. Nos anos do Rodrigo (nome do meu dono) quando ele fazia 18 anos enquanto recebia os convidados dois pequenotes partiram-me o que vale é que só me partiram uma prateleiras, o Rodrigo ficou muito triste e então levou-me para o meu antigo sitio para assim saber que ninguém me mexia ou então partir-me. Já vos disse que ele gostava muito de mim, não, lembram-se de vos ter dito que eu estava num sítio que conseguia ver toda a gente, pois é, ele meteu-me naquele sítio porque era muito importante para ele e também fui a única mesa de escritório dele. Continuando. Perdi os meus 4  amigos quanto a esta história. Bem, agora já mais ninguém me parte, pensava eu... a sua irmã a Ana decidiu ir a buscar um boneco do meu dono e subiu para cima de mim e comecei a estalar e bummmm, eu parti-me. O Rodrigo ficou mais triste do que a outra vez e eu todo desfeito fui para o lixo para ser reciclado.

Até outra aventura.   

João, 6ºC 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A guitarra dos Xutos e Pontapés

Era uma vez eu. Sou uma guitarra elétrica e sou famosa. Já tenho alguns anos porque faço parte dos Xutos e Pontapés desde o princípio da carreira deles. Lembram-se daquela música que no refrão diz Maria? Eu tenho uma aventura com essa música. No princípio diz que de Bragança a Lisboa são nove horas de distância e queria ter um avião e aí eu tinha medo e as minhas cordas encolhiam-se e o Zé Pedro não conseguia tocar comigo, mas eu não tinha culpa de ter medo. Sim eu tinha medo que eles fossem embora num avião e que o Zé Pedro se esquece-se de mim e nunca mais voltasse e aí eu ia ficar muito triste, ia sentir-me só, ia sentir-me abandonada, ia sentir-me enjoada por ele não tocar em mim e ia deixar de ser famosa, porque já não era a guitarra do Zé Pedro dos Xutos e Pontapés. Mas continuando. Eu tinha tanto medo disso que não conseguiam tocar em mim. Todos os membros do grupo experimentaram tocar-me, mas não conseguiam quando chegava a parte do avião. Um dia á noite até sonhei que estava a ser torturada por um avião e até deitei notas de tanto sonhar. Não foram notas de dinheiro claro, foram notas musicais. A música dos Xutos estava a ser arruinada por minha culpa e por culpa do avião. Tão arruinada (por culpa do avião) que o álbum que continha essa música saiu quase um ano atrasado. Mas o dia em que eles conseguiram tocar a música foi tão feliz! Para mim porque finalmente conseguira tocar aquela parte e para os Xutos porque finalmente tinham conseguido gravar o álbum. A música foi um grande sucesso e ainda o é. Ainda hoje essa música corre na internet, nos telemóveis de muitas pessoas, em mp3 mp4 e iPod. Mas feliz foi um dia muito tempo depois, foi quando o Zé Pedro descobriu que eu falava tal como ele. Xiu! Que vai sair história da guitarra.

Então foi assim: eu estava com ele e estávamos a ensaiar uma nova música e de repente ouvi-mos um barulho e o zé Pedro disse-me:

- Ouviste isto?

Eu sei que ele só estava a falar para não se sentir só, mas eu respondi-lhe:

-Sim.

Mas ele não se apercebeu que eu lhe respondi e foi lá ver se estava lá alguém. Passado um pouco ele voltou com ar de espantado porque não tinha visto ninguém ou nada que pudesse fazer tal barulho. Passados uns minutos ouvimos de novo o barulho e ele disse:

-Vamos para casa que já está a ficar tarde.

Arrumou-me no meu agradável e quentinho, pegou em mim e saiu do estúdio. Ao chegar-mos no outro dia de manhã (e fomos os primeiros a chegar) ouvimos de novo o som, mas agora acompanhado por uma voz que dizia:

-Zé Pedro, estás atrasado…

-Mas eu fui o primeiro a chegar!- disse ele.

-Não, a tua banda já partiu…- disse a voz.

E então ele olhou para o relógio e disse:

-Nove e meia. É a mesma hora de sempre.

Olhou para o relógio do estúdio que marcava a mesma hora e lá viu um papel pendurado que dizia: “ Se estás a ler isto é porque nós já partimos. Ontem a produtora ligou e disse que hoje é o aniversário do Castelo de Trás-os-Montes e temos de ir lá atuar, também disse que não consegui ligar para ti e nós também não por isso partimos sem ti e pedimos que vás ter connosco. Abraço Xutos.” Ele ficou traumatizado e eu fiquei pior. Fomos a correr para o carro, pusemos os cintos e ele carregou com toda a força, com tanta força que chegámos a Trás-os-Montes num piscar de olhos, num tocar de uma nota normal. Conseguimos resolver o problema e ainda chegámos a tempo do concerto. Quando estávamos nos bastidores eu disse:

-Boa, ainda chegámos a tempo.

-Quem está aí?- perguntou o Zé Pedro.

-Sou eu. A tua guitarra.

-Tu…tu…t…tu falas?

-Sim.

-He! He! Eu tenho uma guitarra que fala!

-Pois tens. Agora vamos lá dar espetáculo.

-OK.

Tocámos muitas músicas. O concerto foi um sucesso. Obrigada por ouvirem a minha história. Abraço. Guitarra do Zé Pedro dos Xutos e Pontapés.

Sofia, 6ºC

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A cesta

Era uma vez uma loja que vendia presuntos vivos. Os presuntos que “ moravam “ nessa loja passavam os dias a falar sobre várias coisas como o sítio onde estavam a viver, e como queriam sair dali. As pessoas que ali compravam os presuntos não sabiam que eles estavam vivos porque quando os donos da loja ou os clientes apareciam lá eles deixavam de falar e de se mexerem para ninguém saber do segredo deles.
Era uma vez uma loja que vendia ananases vivos     que, tal como os presuntos, também passavam os dias a falar dos sítios onde viviam e como queriam sair dali; e tanto os vendedores como os clientes não sabiam que eles falavam porque também eles escondiam aquele segredo.
As duas famílias não se davam lá muito bem com a família dos queijos. Eles também falavam só que eles estavam a pensar em denunciá-los porque se queriam tornar famosos e ricos.
Um dia os donos da loja dos presuntos decidiram propor negócio aos proprietários da loja dos ananases: comprarem os ananases e passar a vende-los juntamente com os presuntos. E os donos da loja dos ananases aceitaram a proposta e venderam-lhe os ananases; e foi assim que as famílias se conheceram. Juntas as duas famílias começaram a planear a sua fuga. No dia da fuga eles começaram a preparar as coisas logo de manhã. A fuga estava planeada para a tarde que era quando a loja fechava. Quando se preparavam para fugir apareceram os queijos que os ameaçaram: ou eles os levavam, ou os queijos os denunciavam e todos ficariam sem segredos dos humanos que não poderiam saber de nada porque se soubessem iriam contar a todo o mundo e viriam homens e mulheres com aquelas coisas com cores que fazem um barulho esquisito e uma luz que os encadeava, a que, os humanos, chamam máquinas fotográficas.
Eu encontrava-me no meio desta confusão. Ahhh! Até me esquecia de me apresentar vamos começar de novo: Olá eu sou uma velha e bonita cesta de verga que ouviu e viu toda esta história. Sim é verdade, era eu que transportava os presuntos. Mas depois o dono da loja colocou-me no lixo e o dono da loja dos ananases aproveitou-me para transportar os seus ananases e eu adorei a ideia mas aí ainda não sabia que os meus amigos falavam, pensava que era o único objeto falante, mas enganei-me e fiquei feliz porque depois podia falar com alguém sem ser comigo mesma. Então quando comecei a falar com eles, contaram-me toda esta história. Mas continuando, eles estavam entre a espada e a parede e não sabiam o que fazer, por isso deixaram-nos ir. Quando já estavam a ir embora, perguntaram-me se queria ir com eles, mas eu recusei e eles lá foram. Quando o dono fechou a loja, os queijos apressaram-se e foram os primeiros a sair, deixando para trás os presuntos e os ananases, mas eles não se deixaram ficar e fugiram com todas as suas forças, dizendo-me adeus. Passado um bocado de estar a chorar, ouvi duas vozes fazendo a mesma coisa e pensei que estava doida, mas não, fui espreitar e vi um ananás e um presunto muito bem agarradinhos um ao outro, chorando pelas suas famílias das quais já tinham imensas saudades. Eu cheguei-me perto deles e aconcheguei-os, dizendo que estava tudo bem, mas dois segundos depois também eu caía na tentação e começava a chorar. Ao amanhecer, o dono da loja abriu a porta e ficou tão admirado que não se mexia, ao ver que todo o recheio da sua loja não estava lá a sua segunda reação foi chamar a polícia e foi quase tão assustador como eles irem embora.
Mas mais ninguém sabia disso e os que sabiam não podiam contar, porque assim estariam a revelar o seu segredo. Eu e os meus companheiros estávamos assustadíssimos com o sucedido.
Passados quatro dias não aguentámos mais o sofrimento e fugimos também deixando para trás todo o nosso medo e angústia. Quando chegámos ao encontro dos nossos amigos presuntos e ananases, chorámos tanto que fizemos um lago de sumo de ananas e presunto. Nesses momentos ficamos demasiado comovidos… era um reencontro muito feliz, tao feliz que chorámos de alegria. Mas maior foi a minha alegria quando descobri passado duas semanas que o ananas feminino Mariana namorava com o presunto masculino Pedro. Descobri que eles estavam apaixonadíssimos um pelo outro e eram aqueles dois que ficaram comigo na loja depois de todos irem embora. Eram os meus maiores amigos e namoravam sem eu saber. Mas não demorou a chegar o dia em que o presunto pediu o ananas em casamento citando-lhe o poema mais bonito e mais romântico que eu já alguma vez ouvira em toda a minha vida de cesta. Era um poema do filme de Julieta e Romeu. Era um poema de humanos, coisa que as famílias não aprovavam essas coisas de humanos, mas mesmo assim eles não tiveram medo e infringiram as regras das famílias. A Mariana aceitou o pedido e passados dois dias casaram-se e eu fui o padre





Sofia Assunção Baltazar de Jesus 6º c nº 17

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Antigo chorão

Olá! Eu sou um chorão, aliás sou o chorão mais velho de Portugal. Hoje fiz 400 anos, mas ouvi dizer que já estou muito velho e é preciso cortarem-me porque se não qualquer dia apodreço e depois já ninguém faz vida de mim. Bem, antes de continuar com o presente vou ao passado para verem o que eu já passei:

Tudo começou no tempo de D. Filipe ll (rei de Espanha e de Portugal) no ano de 1611. Um menino do povo viu uma pequena e insignificante semente que era eu! Enterrou-me e eu nasci com toda a minha força! No ano seguinte já tinha 3 palmos de altura, ainda era pequeno mas já suportava frio, o calor, geadas, nevões…

Num dia com muito calor acordei com um barulho imenso. Era o meu amigo povo que se estava a revoltar com o dito rei. Estiquei as minhas raizes e os meus ramos e agora estava acordado. Na altura não estava a perceber o que se estava a passar mas depois vim a saber que era a revolta manuelina. Com cinquenta e um anos já tinha visto uma revolução, a minha vida já estava a ser má.

Aos cem anos vi o rei D. João V a ir no seu coche de ouro para Lisboa.

Com duzentos anos vi outra revolução: a revolução francesa. O general que ia à frente é o Massena e a sua alcunha era o maneta porque ele já tinha perdido um braço.

Vocês devem estar a pensar que sendo uma árvore devo saber pouca coisa mas eu devo saber tanto como as páginas de um livro.

Retomando à minha vida! Eu era uma árvore já velha mas só tinha visto revoluções e mais revoluções ou então havia problemas em Portugal. Já vivemos muitas revoluções mas a que me emocionou mais foi que o raio dos ingleses vieram mandar para Portugal.

João Preizal nº 6, 6ºC

O velho armário

Olá sou um velho armário e chamo-me Prateleiras. Vivo numa sala de aula escura e fria quase que não vejo a luz do sol. Estou só, não tenho ninguém e quase nada a minha volta. Lá mais para a frente vou contar-vos como isto aconteceu.

- Vocês estão a pensar que isto vai ser uma seca, mas não. Retomando:

Já vivi muito, já tive momentos de tristeza e de felicidade. Vou contar-vos a minha vida desde que nasci:

Nasci de um castanheiro, fui embalado e mandado para uma loja de móveis, era pequeno e não sabia que fazer, todos gozavam comigo porque eu era todo arranjadinho e pequeno.

Um dia uma menina e uma senhora entram na loja, eram muito chiques e acabaram por me compra. Lá fui eu. A senhora era uma professora e a menina era uma estudante com 11 anos.

No dia seguinte ligaram para o telefone: era o dono de uma escola a pedir pessoas para lá. A senhora lá aceitou.

No dia 27 de março - veêm ainda não sou tão velho ainda me lembro das datas. -

houve uma reunião com professores e diretores. A escola estava com falta de dinheiro e estavam a pedir mobília. A senhora disse que tinha um armário para meter numa sala, os outros professores também ajudaram deram mesas, cadeiras…

Bem eu já não era assim tom novo já tinha os meus 23 anos. Lá fui eu; fiquei na sala 19 juntamente com outro armário: os alunos punham lápis, canetas, dossiês,borrachas, livros…

Arranjei 2 novos amigos o MSI o livro de matemática do 6º ano e a caneta gira. Cada vez tinha mais amigos.

Um dia mandaram um e-mail para a escola pagar 138 euros de luz e de água e claro o diretor não gostou. Foram todos embora e esqueceram-se de mim. Bem é assim a vida.

Mas como todos os objetos vou morrer mas desejo ser reciclado para vos poder contar outra história.

Adeus, até um dia...

Mariana Cirilo nº 10 6ºC

O VELHO SAPATO

Num dia de muito calor, lá estava eu, a correr no passeio cheio de pedras e musgos.

Aquele passeio era muito duro, mas eu como já sou muito velho e tenho a sola   já muito gasta já estou habituado. Já namorei 4 solas  e isso foi muito prejuízo.Foram 12 euros cada, das namoradas que  tive. Já me chega: de prejuízo foram 48 euros só em 2 meses. Imaginem o ano inteiro a namorar  solas de sapato. Prefiro namorar a mesma sola, mas já começa a ser chato namorar sempre a mesma.E se eu tentasse namorar com um salto alto? Não, ela podia magoar-me muito e isso aleija .10 Semanas depois, a sola do sapato descolou-se e o sapato morreu mas a sua namorada também foi com ele coisa que ela não queria mas teve que ir: estava agarrada a ele. Quando acordei, estava numa loja de arranjar sapatos. Estava no meio de muitos como eu, é claro. Um senhor pegou em mim e disse:

- Este sapato só precisa de colar a sola! Não, vou mudá-la.

Depois de me arranjarem, fui para a montra e logo me agarraram para me levarem. Isso poi uma felicidade para mim,  reviver outra vida. Parece que sou um gato que tem sete vidas. Não me chamem de gato, só de ouvir a palavra gato fico logo com alergias. Se o pelo do gato me chega ao nariz espirro, espirro e volto a espirrar e depois tenho de ir para o hospital levar uma injecção de ar puro, porque se não, morro. Ai se eu morrer! Já é a terceira vida que gasto e se chegar à sexta vida já não posso voltar a viver ou talvez sim, não sei. Quando lá chegar, logo veremos. Adorei o meu novo habitat. Mas o meu dono cheira a “chulé”e isso é uma coisa que eu tenho na minha lista negra. Cada vez que me vou lavar tenho de pôr um ferro no meu nariz para não entrar a água. Eu consigo aguentar uma hora, mas se tentar mais de uma hora posso afogar-me e depois tenho de ir para o hospital dos sapatos doentes e eu não quero porque a comida é horrível. Eu vou exemplificar: meias fritas com pimentos assados com acompanhamento de chulé. A sopa, ai a sopa, ainda pior: água de avestruz com pepitas de fios de meias. …

Bom agora vou falar-vos de mim. Sou bonito, roxo com pintas amarelas e tenho as solas pretas. Sou ou não sou um sapato bonito? Agora eu poupo muito mais dinheiro, gasto menos seis euros para ter as minhas namoradas.
Juliana, 6ºC