quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A cesta

Era uma vez uma loja que vendia presuntos vivos. Os presuntos que “ moravam “ nessa loja passavam os dias a falar sobre várias coisas como o sítio onde estavam a viver, e como queriam sair dali. As pessoas que ali compravam os presuntos não sabiam que eles estavam vivos porque quando os donos da loja ou os clientes apareciam lá eles deixavam de falar e de se mexerem para ninguém saber do segredo deles.
Era uma vez uma loja que vendia ananases vivos     que, tal como os presuntos, também passavam os dias a falar dos sítios onde viviam e como queriam sair dali; e tanto os vendedores como os clientes não sabiam que eles falavam porque também eles escondiam aquele segredo.
As duas famílias não se davam lá muito bem com a família dos queijos. Eles também falavam só que eles estavam a pensar em denunciá-los porque se queriam tornar famosos e ricos.
Um dia os donos da loja dos presuntos decidiram propor negócio aos proprietários da loja dos ananases: comprarem os ananases e passar a vende-los juntamente com os presuntos. E os donos da loja dos ananases aceitaram a proposta e venderam-lhe os ananases; e foi assim que as famílias se conheceram. Juntas as duas famílias começaram a planear a sua fuga. No dia da fuga eles começaram a preparar as coisas logo de manhã. A fuga estava planeada para a tarde que era quando a loja fechava. Quando se preparavam para fugir apareceram os queijos que os ameaçaram: ou eles os levavam, ou os queijos os denunciavam e todos ficariam sem segredos dos humanos que não poderiam saber de nada porque se soubessem iriam contar a todo o mundo e viriam homens e mulheres com aquelas coisas com cores que fazem um barulho esquisito e uma luz que os encadeava, a que, os humanos, chamam máquinas fotográficas.
Eu encontrava-me no meio desta confusão. Ahhh! Até me esquecia de me apresentar vamos começar de novo: Olá eu sou uma velha e bonita cesta de verga que ouviu e viu toda esta história. Sim é verdade, era eu que transportava os presuntos. Mas depois o dono da loja colocou-me no lixo e o dono da loja dos ananases aproveitou-me para transportar os seus ananases e eu adorei a ideia mas aí ainda não sabia que os meus amigos falavam, pensava que era o único objeto falante, mas enganei-me e fiquei feliz porque depois podia falar com alguém sem ser comigo mesma. Então quando comecei a falar com eles, contaram-me toda esta história. Mas continuando, eles estavam entre a espada e a parede e não sabiam o que fazer, por isso deixaram-nos ir. Quando já estavam a ir embora, perguntaram-me se queria ir com eles, mas eu recusei e eles lá foram. Quando o dono fechou a loja, os queijos apressaram-se e foram os primeiros a sair, deixando para trás os presuntos e os ananases, mas eles não se deixaram ficar e fugiram com todas as suas forças, dizendo-me adeus. Passado um bocado de estar a chorar, ouvi duas vozes fazendo a mesma coisa e pensei que estava doida, mas não, fui espreitar e vi um ananás e um presunto muito bem agarradinhos um ao outro, chorando pelas suas famílias das quais já tinham imensas saudades. Eu cheguei-me perto deles e aconcheguei-os, dizendo que estava tudo bem, mas dois segundos depois também eu caía na tentação e começava a chorar. Ao amanhecer, o dono da loja abriu a porta e ficou tão admirado que não se mexia, ao ver que todo o recheio da sua loja não estava lá a sua segunda reação foi chamar a polícia e foi quase tão assustador como eles irem embora.
Mas mais ninguém sabia disso e os que sabiam não podiam contar, porque assim estariam a revelar o seu segredo. Eu e os meus companheiros estávamos assustadíssimos com o sucedido.
Passados quatro dias não aguentámos mais o sofrimento e fugimos também deixando para trás todo o nosso medo e angústia. Quando chegámos ao encontro dos nossos amigos presuntos e ananases, chorámos tanto que fizemos um lago de sumo de ananas e presunto. Nesses momentos ficamos demasiado comovidos… era um reencontro muito feliz, tao feliz que chorámos de alegria. Mas maior foi a minha alegria quando descobri passado duas semanas que o ananas feminino Mariana namorava com o presunto masculino Pedro. Descobri que eles estavam apaixonadíssimos um pelo outro e eram aqueles dois que ficaram comigo na loja depois de todos irem embora. Eram os meus maiores amigos e namoravam sem eu saber. Mas não demorou a chegar o dia em que o presunto pediu o ananas em casamento citando-lhe o poema mais bonito e mais romântico que eu já alguma vez ouvira em toda a minha vida de cesta. Era um poema do filme de Julieta e Romeu. Era um poema de humanos, coisa que as famílias não aprovavam essas coisas de humanos, mas mesmo assim eles não tiveram medo e infringiram as regras das famílias. A Mariana aceitou o pedido e passados dois dias casaram-se e eu fui o padre





Sofia Assunção Baltazar de Jesus 6º c nº 17

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